quinta-feira, 27 de novembro de 2008

se vá, se volte pra mim.

Se eu sentir você partir, entrarei em pleno desespero.
Não saberei ousar um futuro simples, de um pretérito perfeito.
Quem me escreverá nos finais de semana?

Se você for embora, meu peito se sobrecarregará de prantos.
Minha voz já não será pronunciada docemente,
Nem em meus cadernos terão versos seus.

Seja lá o que for, não vá embora.
Sob uma árvore, tocarei minha gaita. Ouvirei o bater de asas de um beija-flor.
Sussurrarei no vago dos teus ouvidos. Pintarei um quadro.
Retratarei meu dia num diário. Gravarei teu último sorriso.
Segurarei bem firme sua mão, até que elas comecem a suar.
Beijarei tua face como se nunca mais fosse beijar outra.
Olharei em teus olhos, e num suspiro, saberei que está na hora.

Caminharei uns segundos, olharei para trás como num filme de cinema.
Acenarei, vendo você seguir rumo ao horizonte.
E uma lágrima, uma última lágrima, derramarei.
Será minha alma, meu coração, meu infinito.
Mas não vá embora de vez, enquanto isso fica a saudade
de quadros pintados, dedos manchados de tinta, lábios molhados, roupas ao chão,
gaita guardada, folhas rasgadas, versos ao lixo, e um último beijo.


[ Gabriella Maia - inspiração chegou ao som de Renato Russo, com uma puta dor de garganta! ]

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"Retomarei minhas energias
Sentarei e tomarei um chá.
Dê-me sua xícara e não me peça-a de volta.
E por favor, sente-se e tome comigo. "

Voltarei ao meu posto, chegarei em casa, passa das três.
Quantas vezes o mundo já deu suas voltas?

Enquanto encontra-se em sua cadeira de balanço,
Ninguém mais tem descanso.

Volte-se à sua cama, acoste-se e durma.
Ninguém mais sente este sono.

Pegue seu prato, teu garfo, tua ânsia.
Feche os olhos e agora não pense em nada.
Não fique sensível, para não perceber
Que alguém, ainda tem fome.

[ um apelo à desigualdade social ! obrigada ]
Quero a leve brisa, um doce sonho
Na natureza, a cor. As cigarras cantantes
A agitação perceptível num balançar de folhas,
Num esvoaçar de cabelos,
Num juntar de lábios secos.

Quando pegas em minhas mãos
Olhando com profundos olhos aos meus
Sinto-me numa imensidão várzea.
As notas não passam de um "lá"
A batida segue a do meu coração
Como se não bastasse apenas nós
Num chão, meio ao verde, rumo ao sonho
De uma eterna paixão.

Vozes, gritos, de uma relva falante,
De uma tarde pacata,
De uma órbita desorbitante.
Suspiros e ruídos de carros freiando,
Flores caindo, frutos nunca existentes.
Nada de colheitas nesse lugar, nada.
Um investimento sem cultivo
Nada retorna, nada recíproco.
Mas é incansável, não determina um só laço
Mas encontra-se em quem não teme
Doar-se, renovar-se, encantar-se.
É sentir o que o amor tem pra dar.
Uma névoa, um calor
Nós, numa só sintonia, num só abraço
Beijos à todo vapor.

... fell, stay, make, LOVE!
E quanto ao pranto que lhe seduz
Reluzia ao meu peito, a dor do mundo
Que chorava aos meus ouvidos
E me tocava.
Jazia meu grande amor
Que foi-se pelos ventos e brisas.
No momento que despertei à solidão
Saberia, falaria, mesmo
Quando soltei sua doce mão.




[ engraçado foi como escrevi esse poeema. falei do nada: Deyse pega um papel e uma caneta. ai ela: eu não! Falei: Pega, to com uma ideia, rapido! Ai , claro ela pegou ! :D Comecie a escrever e ta ai o/ ]
Beijinhooss!